Afroturismo, turismo indígena e experiência pantaneira em MT são apresentados em feira mundial do setor
Da redação Paulo do Vale com informações SEDEC-MT
Quatro roteiros turísticos em Mato Grosso, que abrangem os
municípios de Alta Floresta, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de
Leverger, Barão de Melgaço e Campo Novo do Parecis, foram apresentados aos
operadores de turismo do Brasil e do mundo nessa segunda-feira (15), durante a
World Travel Market (WTM), a maior feira de turismo da América Latina,
realizada em São Paulo.
O trabalho do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) tem o apoio do Governo de Mato Grosso, por
meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Os roteiros englobam: Cidades Pantaneiras Tradições e
Encantos das Águas do Pantanal (Santo Antônio e Barão), Rota Agroecológica
Guadalupe e Fazenda Anacã (Alta Floresta), Roteiro Afroturismo Mata Cavalo
(Livramento) e Etnoturismo (Campo Novo do Parecis).
“Mato Grosso é um estado diverso, com três biomas e o
Sebrae tem estruturado produtos no Cerrado, Pantanal e Amazônia. Mais do que
apresentar novos produtos, eles têm fomentado novas cadeias de pequenos e
médios negócios. Em um dos roteiros, o turista conhece o Museu da Viola de
Cocho, onde seu Alcides, artesão que fabrica o instrumento tradicional, além de
fomentar restaurantes e pousadas. Não existe turismo sem CNPJ”, afirmou o
secretário adjunto de Turismo da Sedec, Felipe Wellaton.
A partir do desenvolvimento de novos produtos turísticos, a
Sedec faz a promoção dos destinos e viabiliza meio para que os empresários do
setor possam fechar parcerias com operadoras nacionais e internacionais, que
resultam na atração de mais turistas no Estado. Neste ano, a Sedec investiu no
estande de 60 metros quadrados, proporcionando um ambiente maior do que em 2023
para divulgação do Estado e dos destinos.
A gestora estadual de turismo do Sebrae/MT, Marisbeth
Gonçalves, destacou que a apresentação dos novos roteiros em Mato Grosso na WTM
foi uma ação estratégica, pois é uma das mais importantes vitrines para
negócios.
“O Governo do Estado aumentou o espaço no estande,
permitindo que os empresários do Estado possam fazer suas comercializações,
participem das rodadas de negócios nacional e internacional com operadores de
turismo de todo o mundo. Nosso destino pantanal é considerado um mercado
internacional. Mas também temos operadores do Brasil inteiro aqui presentes,
então é o momento dos nossos empresários fazerem negócios e manterem
relacionamento com operadores de outros estados”, disse.
Proprietária da Pousada Rio Mutum, no município de Barão de
Melgaço, Alice Galvão, destaca que a presença dos operadores num espaço como o
estande de Mato Grosso permite que eles alcancem novos mercados.
“O empresário não tem potencial financeiro para ter um
espaço como esse, fazer viagens e sair divulgando. Além do Brasil, nós temos
vários países também aqui, presente. Os governos sempre apoiam muito todos os
outros estados. Mas agora Mato Grosso tem investido mais e junto com o Sebrae
tem feito um grande trabalho de montar os roteiros, promovê-los e tem sido um
diferencial para a gente. Se o governo não estiver do nosso lado, nós não temos
como desenvolver o turismo, é impossível”, pontuou.
Os operadores de turismo que abraçaram os novos produtos
turísticos e começaram a comercializá-los falaram sobre a experiência de
trabalhar o turismo sob o aspecto mais cultural, como os roteiros foram
concebidos.
O afroturismo de Mata Cavalo é comercializado pelo empresário
Waldir Teles, da Gale Tur Viagens. O pacote de 8 horas passa pelo Centro
Histórico de Nossa Senhora do Livramento, Centro de Comercialização É de
Livramento, Reino de Xango, Quintal da Josefina, Casa da Cultura Quilombola e a
Escola Quilombola Tereza Conceição de Arruda.
A comunidade quilombola de Mata Cavalo é um dos grupos
remanescentes de escravos em Mato Grosso que mais tem se esforçado na luta pela
conservação de suas terras e tradições. O quilombo é formado por um complexo de
comunidades e abriga aproximadamente 450 pessoas, que mantém as tradições dos
antigos escravizados. Essa herança se manifesta não só no estilo de vida, mas
também nas expressões culturais, especialmente através dos grupos de dança
afro-brasileira formados por jovens, que mantêm viva a memória e a história de
seus ancestrais.
“Nós temos a história de luta, de vivência, de toda a
resistência desse povo. Tem muitas histórias e conquistas pessoais muito fortes
que nós não podemos deixar passar, deixar para trás. No roteiro, começamos pela
cidade de Livramento, seguimos para os quilombolas, e de lá faremos uma imersão
no quilombo, passaremos por um templo espiritual, almoçaremos com a Dona
Josefina, com as suas guloseimas, com as suas sabedorias populares,
ancestrais”, enfatizou.
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