MT aumenta em 32% produção de etanol e se torna o 2º maior produtor do país
Da redação Paulo do Vale com informações SEDEC-MT
Mato Grosso se tornou o segundo maior produtor de etanol do
país, após ultrapassar Goiás. As 18 plantas instaladas no Estado atingiram a
produção recorde de 5,72 bilhões de litros na última safra (2023/2024) - a
maior da série histórica desde a safra 2010/2011. O número é 32% maior que o
período anterior - safra 2022/2023 -, que atingiu a produção de 4,34 bilhões de
litros.
O Estado, que só se mantém atrás de São Paulo na geração de
biocombustíveis, se mantém na liderança na produção do etanol de milho.
Das indústrias sediadas no Estado, nove produzem
exclusivamente etanol de milho, cinco por meio da cana-de-açúcar e quatro são
flex, com ambas as matérias-primas.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César
Miranda, apontou que o setor de biocombustíveis tem sido um carro-chefe no
segundo ciclo de crescimento de Mato Grosso, ao verticalizar a produção
agrícola, industrializando produtos primários como o milho, na produção do
etanol.
“Mato Grosso tem um papel crucial na transição energética
do Brasil para fontes mais limpas e sustentáveis. Os incentivos fiscais para o
setor de biocombustíveis são uma ferramenta essencial para garantir o
crescimento contínuo e sustentável das nossas indústrias de etanol. Eles não
apenas reduzem o custo de produção, tornando o etanol mais competitivo no
mercado, mas também estimulam investimentos em tecnologia e infraestrutura. Ao
apoiar o setor de biocombustíveis, estamos promovendo a criação de empregos, a
diversificação da nossa matriz energética e a redução das emissões de gases de
efeito estufa e demonstra o compromisso de Governo do Estado Mato Grosso com o
desenvolvimento econômico que caminha lado a lado com a responsabilidade
ambiental”, ressaltou César Miranda.
Atualmente, o Programa de Desenvolvimento Industrial e
Comercial de Mato Grosso (Prodeic) concede benefício fiscal para estimular a
produção e o consumo do biocombustível e seus subprodutos. A concessão é de 75%
nas indústrias que produzem acima 290 m³/dia e de 85% para as que produzem até
290m³/dia seja nas operações dentro ou fora do Estado. Além disso, há incentivo
fiscal para a fabricação do DDG, subproduto do etanol de milho, para nutrição
animal a base de proteína vegetal.
“Existe uma parceria com o Governo do Estado para chegar a
esse resultado. Há um programa específico para a questão dos biocombustíveis e
isso é determinante para que as empresas possam fazer seus investimentos e
possam fazer o setor crescer. Isso é muito importante para o Estado porque ele
produz um biocombustível renovável e ambientalmente correto, além de gerar
emprego e renda em diversos lugares aqui no estado, contribuindo com a economia
local”, disse o presidente da Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (BioInd)
e da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Sílvio Rangel, nesta última
quinta-feira (25).
Para a próxima safra 2024/2025, a expectativa do Instituto
Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) é de que a produção total de
etanol alcance 6,30 bilhões de litros, um acréscimo de 10,03% em relação ao
realizado nesta safra. Deste volume, 5,207 bilhões de litros devem vir do milho
e 1,088 bilhão, da cana.
“A capacidade de produção de etanol de milho em Mato Grosso
deve atingir 9 bilhões de litros na safra 2032/2033, e poderemos até
ultrapassar São Paulo na produção de etanol. Atualmente Mato Grosso já responde
por 80% da produção nacional de etanol de milho e a tendência é crescer ainda
mais”, apontou a gestora de Desenvolvimento Regional do Imea, Vanessa Gash.
A previsão é de que haja o crescimento da produção de grãos
por meio da conversão de áreas de pastagens em lavouras, ou seja, a produção do
cereal deve crescer sem precisar desmatar nenhuma área.
Geração de emprego
A cada emprego gerado na indústria de biocombustível em
Mato Grosso são abertos outros 13 na economia estadual, apontou o gerente do
Observatório da Indústria do Sistema Fiemt, Pedro Máximo.
A quantidade de empregos indiretos gerados pode chegar a
104 mil no Estado, levando em conta o cálculo.
“Temos uma das menores taxas de desemprego do Brasil, 3,9%,
que são para ser comemorados e também preocupa porque a agroindústria está
precisando encontrar a mão de obra, está crescendo e precisa encontrar
trabalhadores. Quando a gente vai no Nortão, que é um eixo com a maior
incidência de um estado agroindustrial, é onde a gente tem a menor taxa de
desemprego. Em Sinop, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde é de 2,8%. É um desafio
muito grande e uma das saídas que as plantas estão encontrando de ser menos
intensiva na mão de obra e mais tecnológica vem resolvendo essa equação tão
complicada de se resolver”, explicou Pedro Máximo.
Das 15,5 mil indústrias de Mato Grosso, 19% são
agroindústrias e elas concentram 43% do total dos funcionários industriais.
Juntas, as 18 indústrias de biocombustível têm 8 mil funcionários, sendo 83% do
sexo masculino, 52,6% têm ensino médio.
Foram recolhidos em ICMS para o Estado cerca R$ 608,4
milhões no ano de 2023 e corresponde a R$ 19,6 bilhões no valor bruto da
produção industrial, o que significa 16% do total de Mato Grosso.
Veja tambem
Acompanhe aqui as principais notícias variadas do Brasil e do mundo