MT: Estudantes de escola estadual aprendem a fazer adubo orgânico utilizando técnica sustentável
Da redação Paulo do Vale com informações SEAF-MT
Estudantes da Escola Estadual São Vicente de Paula, em
Sinop (MT), estão aprendendo a produzir adubo orgânico para utilizar no cultivo
de alimentos pelo Projeto Hortas Escolares, desenvolvido pela Secretaria
Estadual de Agricultura Familiar (Seaf) e Secretaria Estadual de Estado de
Educação (Seduc).
O projeto em parceria com a Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT) e Rotary ensina os alunos a transformar resíduos em fertilizante
utilizando gongolos, conhecidos como piolhos de cobra, com base em pesquisa da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O húmus de alta
qualidade contribui para a saúde das plantas e promove a agroecologia.
O método não apenas valoriza a biodiversidade do solo, mas
também recontextualiza um animal antes visto como incômodo, demonstrando seu
valor na produção agrícola sustentável.
O projeto começou no ano passado e, atualmente, conta com a
participação de cerca 360 alunos no projeto da horta, coordenado pela
professora Silmara de Oliveira Rocha conhecida como Ayla, durante as aulas das
disciplinas de Projeto de Vida e Trilha de Química, que fazem parte do novo
ensino médio.
“A produção é utilizada 100% na horta, que tem quase 800
metros quadrados. O projeto aqui na escola é bem completo, trabalhamos toda a
parte de agroecologia e horta urbana”, explicou.
A horta é dividida em quatro partes, sendo uma para o
plantio de hortaliças; outra para o cultivo de pepino, vagem, abobrinha; uma
área com pés de mamão e melancia e outro setor de plantas medicinais e que
também contém uma horta vertical em garrafas pet.
O diretor da Escola Estadual São Vicente de Paula, Raul
Gavarone, afirmou que o trabalho tem dado resultados positivos no aprendizado
dos estudantes.
“A gente acredita no que a gente ensina. O aluno precisa se
sentir parte da escola e os estudantes que participam desse projeto tem
frequência e notas maiores. A vida acadêmica dos alunos melhora muito quando se
envolvem em um projeto como esse”, enfatizou.
A produção da horta é destinada à alimentação escolar da
unidade, que atende 1.600 estudantes.
“Este projeto desenvolve práticas que enaltecem a
agricultura familiar e a sustentabilidade, além de aproximar as crianças e
jovens do contato com a natureza e ensinar técnicas de cultivo”, afirmou o
secretário de Agricultura Familiar do Estado, Luluca Ribeiro.
Em 2024, são 300 escolas beneficiadas com o Projeto Hortas
Escolares, com investimento de R$ 3 milhões. Cada instituição de ensino recebe
R$ 10 mil, um investimento direcionado para a compra de ferramentas, sementes e
outros recursos essenciais para cultivar alimentos e ervas medicinais seguindo
métodos orgânicos, automatizados e inovadores.
“Esse projeto é resultado de uma parceria de sucesso e está
sendo fundamental para garantir não apenas qualidade à produção, mas o
despertar do sentimento de pertencimento e participação ativa dos estudantes. A
consciência ambiental que isso gera se reflete em sala de aula e em suas casas,
certamente”, disse o secretário de Estado de Educação, Alan Porto.
Além do trabalho de compostagem, que foi implantado junto
com o projeto de hortas escolares, a escola ensina os alunos a fabricarem vasos
usando resíduos, como papel, isopor, papelão e tecidos de roupas que iriam para
descarte, e argamassa.
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