Feijão em alta: demanda impulsiona preços no país
Da redação Paulo do Vale com informações Canal Rural
Um volume razoável de oferta no mercado brasileiro de
feijão carioca foi apresentado durante uma semana, com a presença de
compradores dentro da expectativa e manutenção dos preços na Bolsa. Cerca de 30
mil sacas foram ofertadas, com aproximadamente 10 mil comercializadas.
Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado,
Evandro Oliveira, o mercado ficou firme para os padrões extra de escurecimento
lento, especialmente para aqueles com classificação de cor 8,5 ou superior,
enquanto permanecem estáveis para os demais. Os preços dos feijões comerciais
tiveram consequências, enquanto as pequenas variações nos preços dos tipos
extra refletiram a qualidade do grão.
A competência de grão extra de qualidade superior
contribuiu para a falha na entrega, mantendo os preços nominais. Destacou-se a
demanda por variedades superiores, especialmente aquelas com classificação de
cor 8,5, negociadas entre R$ 280,00 e R$ 315,00 por saca, afirmou.
Menor área para o feijão carioca
A projeção de área para a segunda safra do feijão classe
núcleos, englobando o grão carioca, é de 324,8 mil hectares, uma queda de 8,6%
em relação ao ano anterior. Por consequência, a produção deve cair, ficando em
515,9 mil toneladas, uma queda de 8,74% em comparação com a safra anterior. A
produtividade média também teve uma redução de nível, passando para 1.588
quilos por hectare.
Conforme o analista, essa redução é atribuída à menor
atratividade dos preços do feijão carioca em comparação com o feijão preto, que
alcançou valores recordes perto do início das decisões de plantio para esta
temporada 2023/24, e à preferência dos produtores para outras culturas mais
rentáveis, como soja e milho.
Feijão preto
Segundo Oliveira, o feijão preto estava pouco movimentado,
trabalhando com um volume modesto de amostras na Bolsa. Cerca de 2 mil sacas
foram disponibilizadas, porém poucos lotes foram efetivamente negociados na
bolsa durante uma semana.
Durante a semana, uma variedade apresentada de
estabilidade, com pedidas entre R$ 240,00 e R$ 260,00 por saca para os feijões
nacionais. Embora poucos negócios tenham sido fechados na Bolsa do Brás, os
corretores orientaram abastecendo o mercado, inclusive por meio de negócios via
embarque. Quanto à segunda safra, os trabalhos estão em diferentes estágios de
desenvolvimento, com condições climáticas planejadas, embora a previsão de
temperaturas frias possa retardar o ciclo e aumentar o risco de doenças, como a
antracnose.
Apesar do volume mais restrito de amostras durante as
madrugadas, o mercado chega bem abastecido, tanto para o disponível quanto para
embarque. Com o baixo interesse nas aquisições, o avanço da colheita no Paraná
e o volume previsto de produção, ou a visão dos preços segue sendo de baixa,
explicou o analista.
Na região de Lagoa Vermelha, no Rio Grande do Sul, a opção
varia entre R$ 180,00 e R$ 220,00 por saca. As ofertas de feijão preto
importado são cotadas em média a R$ 280,00 por saca. Embora as vendas tenham
sido suspensas, algumas corretoras especularam sobre possíveis flutuações na
demanda ao longo do mês, o que poderia afetar os preços. Com a falta de
transações para orientar os valores, o mercado aguarda o pós-pregão para
determinar o boato de que a variedade poderá ocorrer na próxima semana.
De acordo com o analista, a cadeia produtiva antecipa um
aumento nas ofertas de feijão preto, o que pode trazer estabilidade ao mercado
até que essas ofertas em maior volume e padrão cheguem. Os estados da região
Sul do país enfrentam irregularidades climáticas nesta temporada, o que pode
impactar a produção e a oferta do grão.
Imagem: Sebastião José de Araújo/Embrapa
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