Cana: Conab aponta safra do Brasil em 2023/24 de 713,2 milhões de toneladas
Da redação Paulo do Vale com informações Canal Rural
A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2023/2024
registra 713,2 milhões de toneladas e estabelece novo recorde na série
histórica acompanhada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O
volume representa um aumento de 16,8%, quando comparado ao ciclo passado, como
aponta o 4º Levantamento sobre a cultura divulgado, nesta quinta-feira (18),
pela Companhia. De acordo com o boletim, a área colhida também registrou um
leve crescimento de 0,5%, estimada em 8,33 milhões de hectares, enquanto o
rendimento médio teve um incremento de 16,2%, saindo de 73.655 quilos por
hectare para 85.580 kg/ha.
As condições climáticas e os investimentos do setor
proporcionaram esse resultado, com destaque para a recuperação da produtividade
no centro-sul do país. No Sudeste, região que concentra a maior produção de
cana-de-açúcar, houve aumento no volume colhido em 21%, quando comparada à
safra anterior, totalizando 469 milhões de toneladas. A área colhida reduziu
0,6%, enquanto a produtividade média aumentou, justificado pelas melhores
condições climáticas e dos investimentos para a renovação das lavouras, com uma
estimativa de 91.987 kg/ha.
Já na segunda maior região produtora de cana, o
Centro-Oeste, foi verificado aumento tanto na área como na produtividade deste
ciclo. As condições climáticas apresentadas proporcionaram o adequado
desenvolvimento das lavouras, com um rendimento médio de 81.537 kg/ha, em uma
área de aproximadamente 1,78 milhão de hectares. O clima também beneficiou as
lavouras do Sul, que apresentaram uma produtividade de 73.860 kg/ha, alta de
13,4% à obtida na temporada anterior. Após sucessivas reduções da área colhida,
a atual safra também apresentou aumento de área, o que resultou em uma produção
de 38,73 milhões de toneladas de cana.
Na região Nordeste, a estimativa de produção de
cana-de-açúcar é de 56,48 milhões de toneladas, discreta redução de 0,7% quando
comparada à safra passada. O aumento da área, continuando o movimento observado
na safra passada de investimentos na recuperação de áreas anteriormente
cultivadas, contribuiu para a produção semelhante à última safra, apesar da
redução de produtividade. Já no Norte, o incremento de área e as produtividades
semelhantes à última safra resultaram em aumento de 3,1% na produção.
Subprodutos
A produção recorde de cana também reflete no aumento de
fabricação dos subprodutos. Com o mercado favorável ao açúcar, a maior parte da
cana foi direcionada para a produção do adoçante, estimada em 45,68 milhões de
toneladas, representando um aumento de 24,1% em relação à safra passada e um
novo recorde na série histórica.
Apesar da priorização na produção de açúcar, o aumento da
produção de cana dá suporte para um incremento na produção do combustível em
relação à temporada 2022/2023. O produto com origem no esmagamento da
cana-de-açúcar registra um aumento de 11,9%, totalizando 29,69 bilhões de
litros. Já o etanol de milho tem um aumento relevante de 33,1% em comparação à
última safra, novo recorde de produção, resultando em um volume de 5,92 bilhões
de litros do combustível. Neste cenário, a produção total do combustível chega
a 35,61 bilhões de litros, aumento de 15% em relação à safra anterior. Desse
total, 14,29 bilhões de litros são de etanol anidro e 21,32 bilhões de litros
de etanol hidratado.
Mercado
Com a produção recorde para o açúcar, as vendas do adoçante
para o mercado internacional também atingiram os maiores níveis já registrados.
No ano comercial da safra 2023/2024 foram embarcadas pouco mais de 35 milhões
de toneladas do produto, uma alta de 26,8% no volume comercializado na
comparação com o mesmo período do ciclo anterior, gerando um faturamento de U$
18,27 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC). Além da boa produção no país, importantes
produtores como India e Paquistão tiveram menores embarques, o que beneficia os
produtores brasileiros.
Já o mercado para o etanol se apresentou mais desafiador.
As exportações registraram redução de 2,92%, atingindo 2,57 bilhões de litros.
A queda foi influenciada tanto pelo comportamento do câmbio quanto do preço
do petróleo, que nos últimos meses de 2023 passou a apresentar trajetória
descendente afetando os preços da gasolina e consequentemente do seu principal
concorrente, o etanol.
Imagem: Faeg/divulgação
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