Preço do café ao consumidor deve subir mais de 15% até março
Da redação: Welington Sales
Indústria cita
fatores como clima, pressão internacional e recomposição de perdas de 2023 como
motivos para alta.
A indústria
brasileira espera uma alta de mais de 15% no preço do café ao consumidor final
nos próximos meses.
A estimativa foi
fornecida pelo presidente da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café),
Pavel Cardoso, em entrevista coletiva.
Cardoso diz que o
aumento no preço do café cru tem sido "exponencial" e que o setor
industrial tem absorvido a maior parte dessas variações.
"Mas aqui
estamos falando de um efeito severo, que a indústria não pode segurar sob pena
de travar seus negócios, encurtar seu capital e acometer a saúde financeira dos
seus negócios", disse.
"Então haverá
e já está havendo aumentos para o trade e, naturalmente, chegará aos
consumidores nos próximos 30 a 60 dias", afirmou Cardoso.
O provável aumento
se deve a questões climáticas e a pressões do mercado internacional, além da
recomposição de perdas que o setor absorveu no ano passado.
Por isso, o preço
deve aumentar cerca de 10% de imediato e mais 5% a 7% nos próximos meses.
"Pela média que nós fizemos, algo em torno de 10% agora em janeiro e
fevereiro e, se isso não se arrefecer, se esse movimento de alta nas Bolsas não
se arrefecer, potencialmente outros 5% a 7% em março", disse.
Ele esclareceu,
contudo, que a alta não é certa, mas uma estimativa. Explicou ainda que se
trata de uma recomposição do movimento de preços observado em 2023, no qual o
café para o consumidor final teve uma queda de 13,5% enquanto que a
matéria-prima caiu apenas 1,8%.
Na entrevista para
apresentar o resultado do setor no ano passado, a Abic informou que o consumo
por pessoa de café no Brasil cresceu 7,47%. No período de novembro de 2021 a
outubro de 2022, o brasileiro consumiu uma média de 4,77 kg de café por ano.
Nos 12 meses seguintes, esse valor passou para 5,12 kg.
O Brasil é o maior
produtor mundial do grão. É também o líder global na exportação do grão verde,
que é industrializado —torrado, moído e embalado— por empresas no exterior.
A ideia da Abic é
que agora o país conquiste mais espaço neste mercado internacional de café já
industrializado, isto é, pronto para consumo.
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